sábado, 4 de junho de 2011

Confissões de um jovem louco

Há muito tempo atrás, noite fria e quase nada para fazer. Estava eu ali deitado na minha cama curtindo minha mente - sempre lúcida, sempre confusa- numa onda de pensamentos turvos surfando em busca da adrenalina da verdade. Vivia sem respostas para deixar a onda, sem coragem para trilhar em areia fofa, porém, firme. Porém, como que uma grande surpresa do céu, uma forte tempestade se pôs no horizonte, e fez o mar se agitar. As ondas das interrogações que já eram grandes tornaram-se ainda maiores. E eu com muito mais afinco me coloquei a surfar. " Como é maravilhoso esta onda! A verdade é que tolo é quem não quer surfar! Lá na praia, só quem fica é covardes e fracassados- e ainda me dizem que isso aqui é perigoso... Rebanho de fracassados!" dizia eu, na maior adrenalina da verdade. Era tanta adrenalina que nem me dei conta de que a onda me levava para cada vez mais distante da areia.
De repente a onda cessou e eu comecei a afundar... Afundar num labirinto de dúvidas e interrogações, de incertezas, de inconfissões... O medo tomou conta de mim pois sentia o fim. Enquanto afundava, olhei em volta, num súbito segundo de lucidez, não via nada além de escuridão. Procurei terra firme no além-mar, só encontrava dúvidas e interrogações então, voltei a me desesperar.
Quando parecia não mais haver solução, quando tudo que via era ser afogado por dúvidas e incertezas, eis que algo como uma poderosa Luz transforma subitamente as interrogações em uma única e imensa exclamação dizendo: " O que você fez rapaz? A escolha foi sua! Eu te alertei sobre o perigo do mar das interrogações, Eu te alertei!" A Grande exclamação continuou:
"O salário do seu erro será a morte na escuridão eterna..." Subitamente, da mesma forma que apareceu, sumiu e a grande exclamação que formara, subindo até os céus, se esmigalhou em pequenas gotas de interrogações.
O mar estava mais agitado do que nunca e eu morreria agora consciente da minha insensatez. "Ah morte, antes apunhalar um punhal em meu peito a martirizar minha consciência com tal verdade!" Disse nos meus últimos suspiros. Achando eu que aquilo ja era muito, sem esperar, uma onda gigante - que antes parecia minha parceira de alegria - cresce sobre mim. Um enorme sorriso se estampa sobre aquela muralha de interrogações e diz: " Você viverá para mim, nesta escuridão para sempre!" Rapidamente, sem pestanejar, me pega em um abraço mortal. É o meu fim... Eu dentro daquela escuridão fechei os olhos e me entreguei, já sem forças, no mar da escuridão. "Só a Exclamação poderá me salvar, porém errei e agora pagarei pelo meu erro fatal..." Pensei aproveitando minha ultima gota de fé e esperança.
De repente, algo aparece por entre aquela muralha. Ela brilhava muito, tanto que até de olhos fechados irritava meus olhos. E esse algo que brilhava parecia que estava lutando contra a onda, sei lá, não conseguia ver pois a escuridão era muito tenebrosa. eu me jogava de um lado para o outro, como um carro em terra emburacada. Quando já não me tinha mais fôlego para viver, Algo que Brilhava- vamos chamar assim...- dissipou sua luz, como uma lâmpada que acende na escuridão, e aquela onda se esmigalhou cruel em infinitos pedaços. Depois disto, Algo que Brilhava me levou sem me tocar para a areia, a fofa porém fime areia.
Eu estava desacordado, quando acordei vi Algo que Brilhava sentado ao meu lado. Já não brilhava tanto assim, porém era muito belo. Pensei que fosse uma pérola, uma pedra de outro planeta, ou sei la o que... só sei que era muito linda- ainda estava muito desnorteado. Ainda confuso e sem forças perguntei: " Por que me salvou?" Algo que ja não brilhava tanto mas era lindo me respondeu: "Não foi eu que te salvei, mas a tua fé te salvou..." " mas como sabia que eu estava lá?" Eu disse. " A Grande Exclamação te ama jovem poeta, Ela nunca te deixará só", "Obrigado", conclui. Depois disto eu apaguei.
Quando olho no relogio já é 3 horas da manhã. Todos ja estava durmindo e eu estava ali imerso em pensamentos naquela cama. Nunca mais deixei de pensar naquele Algo que brilhava. Realmente ele salvou a minha vida. Mas eu ja estava cansado, minha mente tinha trabalhado bastante e já estava na hora de durmir. Porém, antes de cair em sono, minha ultima prece tinha que ser feita...

"Eu vou escolher obedecer ao Senhor... Eu vou escolher fazer a Sua Vontade... Para todo o sempre, amém..."


Nele, Que dia e de noite me livra de mim mesmo e da minha tendência em fazer o mal...
J. Leal

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