segunda-feira, 18 de abril de 2011

O Realengo e a Surfistinha...

   Um adotivo. Um jovem rapaz da classe média baixa do Rio de Janeiro... Era mais um, talvez, mais um esquecido de tantos esquecidos que vivem errantes nas ruas, nas calçadas, nas avenidas... Um insortudo. Viveu sob o olhar de outra mãe- que não era a sua mãe-, acreditando ser aquilo o melhor para sua vida.
   Perde a mãe, que não era mesmo mãe; perde sua base, seu alicerce, sua cor, perde a vida, a consciência... perde tudo. Decide terminar de perder mais do que tudo: A liberdade... Mata inocentes, crianças, para dizer ao mundo: MUUUUUNDOOO! EU ESTOU AQUI!! OLHA PRA MIM! Depois, decide se perder... Perde a vida e agora, perde a honra de ser enterrado como gente...
   Uma adotiva. Uma bela jovem de classe média alta totalmente perdida. sem rumo, sem nexo, sem documento. Decide perder-se no mundo do prazer libidinoso em busca de um documento sólido, de uma carteira de identidade verdadeira.
   Percebe que o mundo da orgia, do sexo, da suruba, das noitadas, dos desejos, do Id, do instinto mais que selvagem é o melhor lugar. Lá encontra sua identidade: Prostituta de luxo. Passa a viver apenas uma filosofia de vida: "É dar para receber..."
   Fatos como este não estão isolados no mundo. Não são poucas as vidas que vivem à margem de si mesmos à procura daquilo que chamamos de... Paz. Milhares de pessoas sofrem com a perca de alguem que ama, que sofrem por um casamento sem solução, por uma família desestabilizada, pela desigualdade social - saúde e educação ainda é coisa de rico...-, por uma paixão não correspondida, pelo desemprego, pela falta de moradia, pelo ódio, pelo rancor, pelo stress, pela ansiedade...
   Na verdade, acho que o homem sofre por tudo. Se está em alguma religião ele vai sofrer, se está fora dela, também irá sofrer, se tiver no muito ou se tiver no pouco, se falar a lingua dos anjos ou dos homens, se tiver todos os talentos ou previsse o tempo, se o homem fosse o próprio Deus ou o diabo, mesmo assim ele sofreria. É mais do que uma condição, é o único caminho...
   É evidente que ninguem quer sofrer. Todos buscam, fazem e refazem a vida na tentativa de distanciar-se da dor. Porém, por incrível que pareça, é por meio dela que podemos superar a nós mesmos. É o que o psicanalista social Alfred Adler define como o "Principio da Superioridade."
   Segundo ele, o sofrimento é a grande mola psíquica que nos move para a ação. Na pratica isso funciona como uma homeostase, uma equilibração interna de seus constructos psicológicos. Por exemplo, Um indíviduo que era ridicularizado nos meios sociais por ser extremamente magro na infância e adolescência, posteriormente, transforma-se no maior fisiculturista do mundo. É o poder do sofrer...
   Não obstante, por motivos ainda não bem explicados pela ciência, muitos indíviduos simplesmente decidem viver passivos ao sofrimento. Não buscam a superação da dor. Ai entram em evidências os casos de Realengo e Surfistinha. Pessoas que, como cada um de nós, sofrem e sempre sofrerão, porém, decidem por uma superação imediata. São entre estes passivos que se encontram os drogados, os assassinos, os suicidas, as prostitutas, os ladrões e todo tipo de maquilagem fácil de auto superação.
   Pra mim, é triste de ver cada vez mais jovens entrando na armadilha do alcool- mal sabem eles que esta droga é a pior de todas...-, psicoativo tão poderoso que destroi da unha do pé ao ultimo fio de cabelo. É lamentável ver individuos se entregando ao sexo sem nenhum compromisso com seu parceiro- na minha opinião, prostituta pior é aquela, que não cobra pelo serviço...-, de ver o suicídio como única solução, de matar inocentes como carta de confissão, de ver o roubo, o trafico, a falta de fé, a falta de Deus... Tudo em nome da auto superação imediata.
   Para pessoas passivas para o sofrimento, sem fé, sem esperança, que por motivos ainda não - humanamente - explicados não conseguem superar a dor, será que existe solução?


Nele, que é Amor mas é Justiça tambem hoje e para todo o sempre...     J. Leal

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